Histórias da Unisc
RECORDAÇÕES
Maira Regina Zambiazi
Este é um relato sobre um momento especial na vida da UNISC, e de toda a sua família: dirigentes, alunos, professores, funcionários e comunidade. Não é um simples relato de fatos, e sim de emoções. Até porque sou péssima em guardar detalhes: datas, nomes de pessoas, nomes de instituições... Era grande a movimentação na FISC, do grupo envolvido no processo de criação da Universidade. A comissão de acompanhamento, designada pelo MEC, vinha até a FISC e direcionava os trabalhos do grupo interno. Me lembro dos multimeios. E dizia a comissão: precisamos investir em multimeios. E eu me perguntava: o que são multimeios? Não sabia. Estavam sendo propostas mudanças em todos os níveis. Falou-se muito em ensino, pesquisa e extensão. A FISC estava planejando seu futuro.
Então, marcaram o grande dia. Em Brasília, aconteceria a plenária de reconhecimento da UNISC. Um grupo estava sendo formado para acompanhar o Diretor-Geral até Brasília: membros da diretoria, representantes de professores, a assessora do Diretor-Geral, um representante dos alunos e um representante dos funcionários. E eu estava neste privilegiado grupo. Com que roupa eu vou? E a expectativa de andar de avião pela primeira vez. Conhecer Brasília, nossa capital! Enfim, foi tudo muito bem. À meia-noite já estávamos no hotel. No dia seguinte, um tour pela cidade, todos munidos de máquina fotográfica, como todo o turista que se preze. Conhecemos várias igrejas, o memorial JK, o Senado Federal, avistamos os ministérios, e tantos outros pontos turísticos. Não nos deixaram subir à rampa, no Palácio do Planalto. De todos os lugares, gostei mais do Memorial JK. Lá estava toda a história de Brasília.
Chegou a hora de irmos para a cerimônia de reconhecimento da Universidade. O relator fez a explanação sobre o trabalho realizado pela comissão de acompanhamento, suas constatações e conclusões, defendendo o reconhecimento. Não lembro se todos os votos foram favoráveis. Mencionei inicialmente que a minha memória não é das melhores. Todos nos cumprimentamos no momento do veredito. Sabíamos da importância daquele dia na vida de todos nós, nossos colegas e comunidade, mas parecia tudo muito frio, burocrático, cumprimento de protocolos.
Legal, legal mesmo foi o retorno. A comitiva estacionou em frente ao prédio da FISC e, enquanto saímos dos carros e íamos em direção ao prédio, éramos abraçados calorosamente pelos colegas que “brotavam” de dentro de prédio. Os rojões, ensurdecedores, eram acesos pelos colegas nos fundos do prédio. Estavam colocados um ao lado do outro, em fileiras intermináveis. Isso eu fiquei sabendo depois. Teve até ameaça de morte, de um vizinho mais exaltado. Bem, voltando ao texto, ou melhor, ao saguão do prédio, ali instalou-se a maior festa. Inicialmente os discursos e, após, música e dança. E todos com “a boca nas orelhas”. Os alunos foram chegando para as aulas e juntando-se à festa. Trenzinhos intermináveis se formaram. A fulana e o cricrano no trenzinho!!! Até hoje não acredito. Todos estavam extasiados, pois sabíamos que a FISC nunca mais seria a mesma. Nem sequer no nome. Seria UNISC – A Universidade da Comunidade. Aliás, o slogan foi criado naqueles dias, para dar início à campanha de marketing. Muitos discursos, depoimentos, e festa também, aconteceram nos dias seguintes, para que todos os alunos fossem engajados no mesmo espírito.
Todos os anos a UNISC comemora seu aniversário, no mês de junho, junto com a comunidade acadêmica e regional. Comemora a cada ano as suas conquistas e as boas perspectivas para o futuro. A UNISC se consolidou como Universidade da Comunidade. Mas não podemos esquecer, e eu lembro sempre, como saudosista assumida, que tudo começou naquele ano: 1993.