Histórias da Unisc

       

 

VALEU A PENA: PARABÉNS, UNISC!

Beatriz Menezes Sperb

Isto faz tão pouco tempo. E é inacreditável que tudo tenha evoluído tão rapidamente.

Como integrantes da Comissão Interna  de Universidade, recebemos durante dois anos, de 1991 a 1993,  visitas da Comissão designada pelo MEC para acompanhar o processo de transformação da FISC em UNISC: Prof. Raulino Tramontin, do Conselho Federal de Eduação; Prof. Teodoro Rogério Vahl, da UFSC; Prof. Evelcy Monteiro Machado, da UFPR; e Prof. Ely Carlos Petry, da ULBRA.

Mas foi quando o Prof. Raulino, Presidente da Comissão, em uma reunião de trabalho, informou que nos mandaria por fax um documento necessário ao andamento do processo, que percebemos o quanto era preciso evoluir. Como dizer ao professor que sequer fax possuíamos? Porém a perplexidade  foi maior quando fomos informados pela Comissão de que, em documentos oficiais, se necessário,  poderíamos “escanear” assinaturas, uma vez que teriam validade legal. Olhamo-nos procurando disfarçar. Dessa vez, não era questão de dispormos ou não do equipamento, mas sim de nunca termos ouvido falar de sua existência.. Estávamos, enfim, crescendo, aprendendo  juntos.

Em dezembro de 1992, em uma das últimas visitas da Comissão, no entanto, quando a Instituição já atendia a todos os requisitos para tornar-se Universidade, após termos feito e refeito muitas vezes cada um dos Relatórios Parciais, sempre com novas e pertinentes sugestões de aperfeiçoamento, foi solicitado que o Relatório Final fosse  impresso a laser, pois resultaria num documento de melhor apresentação e qualidade. Mas como e onde fazer isso? Impressora a laser, o que era isso? O que tínhamos, e que considerávamos muito bom, era uma máquina de escrever elétrica IBM (com memória para 7 páginas), e um computador MXT, com dois programas instalados: o Editor de Texto Carta Certa e o Samba. Poderia haver  coisa melhor? Imaginávamos que não.

Foi então necessário ir a Porto Alegre para se atender a  essa que nos parecia uma indecorosa sugestão. Na Datagraph, empresa contratada para fazer o trabalho, passamos por momentos de grande angústia. Embora com a melhor boa vontade do mundo, faltava experiência aos rapazes em manejar os equipamentos. E havia um curto prazo para que o  Relatório fosse concluído. Assim passamos mais de 24 horas sem dormir. Todos calados e colados no trabalho, cada um procurando ajudar a seu modo. No entanto, com um simples e indevido clique no teclado, textos eram deletados, desconfigurados e tudo precisava ser reiniciado. A cada momento havia a promessa de que o trabalho estaria logo pronto. Mas os imprevistos nos rondavam. O frente e verso da impressora era também outro ponto que, pela inexperiência dos usuários, pregava peças a toda hora.

Às 9 horas da manhã, depois de uma noite de muito suor – noite muito quente do mês de fevereiro –,  de muito esforço, de nenhum repouso e de poucos resultados, chega à Datagraph o Diretor-Geral da FISC que tomaria o avião às 10 horas rumo a Brasília. Trouxe com ele o técnico da Gráfica da FISC para fazer a arte final de montagem do documento. É óbvio que o Relatório foi protocolado no MEC, porém não naquele dia.

Hoje, ao nos darmos conta do quanto evoluiu o mundo e do quanto evoluiu a UNISC, não conseguimos acreditar em nossa própria história. Mas o essencial é a certeza de que, depois de todos os percalços, em 25 de junho de 1993, era publicada, no Diário Oficial da União, a Portaria nª 880, de 23.06.93, que reconhecia a Universidade de Santa Cruz do Sul que hoje dá aulas  de desenvolvimento, de atualização, de ética, de humanismo.

 

Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul - APESC